Parte 1

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Oiii Galerinha. Aqui está mais um pedacinho do meu livro. Não vou postar aqui, todo o primeiro capítulo, pois vai ficar muito longo. Mas vou postar um pedaço dele e se houver pedidos, semana que vem, rola mais um pedaço. Se você está chegando agora e não sabe do que estou falando Essa Página conta tudo direitinho. E se você quiser ler o prólogo, Clique Aqui. Mas vamos parar de enrolar e vamos lá??? Não esqueçam de me contar se gostaram.

Um Sonho

       Pouca gente sabia da história dos sonhos de Rita. Mas ela tinha um dom: as coisas que sonhava, aconteciam. Como os resultados dos jogos de futebol, ou até os gabaritos das provas. Ou como na vez que sonhou que Felipe ficaria de castigo, e então ele se meteu em confusão na escola, e a mãe dele pirou. Ou aquela vez do passeio da turma, que sonhou que não poderia ir. E então o dia amanheceu chuvoso, e ela teve de ficar em casa. Ou da outra vez que sonhou que a Luana — sua melhor amiga— chegaria segunda-feira na escola chorando. E os pais dela se separaram no final de semana.
       Apesar de alguns sonhos de Rita não serem muito bons, eles eram vistos como uma benção: poder ver o futuro antes de acontecer. Mas desta vez era diferente: ela iria casar. CASAR. O problema não era o casamento em si. Ver seu casamento acontecendo, seria bom. Ela não teria problemas em decidir vestido, buquê, decoração, pois tudo isso, já vira em sonho. O problema era o noivo. Como ela ousaria se casar com alguém que não fosse Felipe? Ele era seu amor, seu passado, seu presente e futuro. Era com ele, com certeza com ele, que queria casar. Não com um estranho. E ela tinha certeza absoluta disso.
Felipe ficou apavorado quando a namorada contou do sonho. Ele sabia bem do seu dom. Dom que agora ambos viam como uma desgraça. 
        E então, abraçado a ela, acompanhou suas lágrimas. E choraram. Choraram e choraram. Tempo que podia ter sido uma eternidade. As lágrimas pareciam brotar sem parar. Não conseguiam se conformar com aquilo. O futuro devia ser o presente. Juntos. Nada poderia separá-los. Um amor tão puro, tão verdadeiro. Que futuro seria este? Separados? Isso era impensável.
        — Não, Rita — Felipe quebrou o silêncio. — Isso não pode acontecer. A gente vai casar. Nós juramos, lembra? — E pegou a correntinha do pescoço, idêntica a do pescoço de Rita.
        — Eu sonhei — Rita dizia, entre soluços. — Eu vi acontecer.
        — A gente vai mudar isso, Rita, eu juro. — falava, tentando consolar a namorada.
        Mas ambos sabiam que isso não era possível. Inúmeras vezes tentaram mudar o que Rita havia visto em sonho. Como na vez que ela caiu da escada e quebrou o braço, ou quando o gato de Felipe fora atropelado. Ou também daquela vez que a professora de História pegou os dois colando. Mas em nenhuma dessas tentativas tiveram sucesso. Mudar os fatos se mostrava mais difícil que vê-los acontecer. Porém, desta vez, era muito importante mudar o curso da história.
       — Eu sei, Rita. Sei que é difícil. Mas a gente precisa tentar. Tentar não. A gente precisa conseguir! — falava Felipe, enquanto fazia carinho nas costas da namorada.
       — Mas mudar como? — Rita finalmente havia parado de soluçar.
       — Não sei, amor. — respondeu. — Não sei ainda. Mas eu vou pensar. Prometo encontrar um jeito. Só que agora eu preciso mesmo ir. — disse, ao olhar para o relógio. — Ou a Andréia vai me matar. Nós dois sabemos como ela anda impossível com a produção.
       — Amor, precisa mesmo ir? — perguntou Rita, fazendo beicinho. –Falta hoje? Por favor.
       O namorado carinhoso tirou a franja da frente dos olhos de Rita, deu-lhe um beijo na testa e respondeu:
       — Amor, eu jurei que vou pensar num jeito de mudar aquilo. Mas eu preciso mesmo ir. E não esquece, minha pequena: eu te amo.
       — Tá. — respondeu ela, um pouco emburrada. — Vai, então.
       — Ai amor, não faz assim. Eu não posso faltar. De verdade. Ou vou ficar encrencado. — explica Felipe, se levantando e indo até a porta.
        — Te amo. - disse ela.
        — Ô,meu amor, eu também amo você.
       E quando Rita vai dizer algo, ele já havia saído, apressado.