Downtown : Noel Lang e Rodrigo García, por Fernanda Avellar

Título: Downtown
Autores: NOEL LANG E RODRIGO GARCÍA
Páginas: 136
Encadernação: Capa dura
Ano: 2015
Editora: Revan
Compre AQUI
Sinopse:
DOWNTOWN  é um HQ com cenas cotidianas de Blo e seus amigos, todos crianças com Síndrome de Down. Através de seu olhar, e com uma boa dose de humor e descontração, os amigos inseparáveis conseguem mostrar uma realidade sem preconceitos, destacando as diferentes personalidades e gostos de cada um, tudo de forma leve e divertida.
Um livro que promete mudar o conceito de todos sobre esse assunto!
Da apresentação de Evaldo Mocarzel:
"De maneira lúdica e profunda, DOWNTOWN desmistifica monstros que não existem. Blo e seus amigos nos mostram que a natureza humana é composta de universos particulares, cada um é cada um, independentemente de qualidades e defeitos, potencialidades ou deficiências. Um lançamento que nos traz sabedoria sem didatismo, humanidade sem paternalismo e inclusão sem
fundamentalismo."

Minha opinião: O livro Downtown chama atenção pela capa dura, diagramação perfeita com desenhos coloridos e papel brilhoso de ótima gramatura. É apresentado em forma de história em quadrinhos e aborda o cotidiano de uma turma de amigos pré-adolescentes unidos no qual retrata o universo da Síndrome de Down e a particularidade de cada um.
Os personagens são fofos e com características diferentes. São eles: Blo loiro, olhos puxados e orelhas baixas. Movimenta dedos e geme quando se concentra. Sempre cuida do seu vinil preferido e o leva junto para todos os lugares. Benjamin é míope, ausência de gestos, tímido, aspecto frágil e tem poucos cabelos, pois, sofre de tricotilomania, ou seja, arranca o próprio cabelo compulsivamente quando está nervoso. Miguelote, o dobro de tamanho em relação aos demais personagens, obeso, preguiçoso, movimentos lentos e descoordenados e odeia atividade física. Bibi é risonha, bonita, amável e adora roupa e todas as outras coisas na sua cor preferida, o rosa. E a melhor amiga de todas as crianças da escola, a Ruth. Ela é espontânea, falante, usa flor no cabelo e sonha com os galãs dos filmes (tem bom gosto essa menina).
Na obra Downtown, foi possível vivenciar a alegria dessa turminha linda, respeitando a singularidade e diversidade, o carinho da professora para com os seus alunos e acima de tudo a essência do amor que crianças especiais nos ensinam apenas com um olhar.

" O ruim de  ter Síndrome de Down é que, no dia em que você nasce, seus pais ficam um pouco tristes... o bacana é que, depois desse dia, não voltam a ficar tristes nunca mais".

A nossa sociedade, ainda nos dias atuais, é preconceituosa. E está mais que na hora de rompermos os paradigmas da dita "normalidade" e com a mente aberta avançarmos frente às diferenças.
Seja a Síndrome de Down ou qualquer outra, não devemos encarar como algo de outro mundo, doença contagiosa, ou merecedora de preconceitos. A nossa Constituição Federal em seu artigo 5º, diz:

" Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade".

Conforme, o parágrafo acima todos somos iguais e devemos deixar de hipocrisia, tirando a máscara do preconceito que é nitidamente velado e abrindo os olhos ao encantamento, isso mesmo! Encantamento que uma criança especial pode lhe proporcionar. Encantamento esse que o dinheiro não compra e o status social não vende.

Uma amiga tem uma filha especial, não com a Síndrome de Down, mas, com problemas mentais e visuais e eu posso estar em um dia péssimo que basta encontrá-la para que meu sorriso aflore, meu dia ganhe um colorido todo diferente e todos os meus problemas caiam por terra.

Super indico essa obra para pré-adolescentes, pais, educadores, jovens, adultos e leitores que desejam conhecer o cotidiano da turminha de Downtown. Parabéns, para a Editora Revan que resolveu investir de uma forma lúdica sobre um tema amplo e nem sempre fácil - que é a Síndrome de Down. E, representando todas as crianças especiais, meu agradecimento a Karen, por ser uma fonte de inspiração para mim e para todos que a cercam. Eu, enquanto especialista em educação especial e inclusiva, estou encantada com a proposta do livro, pois, especial é quem convive com pessoas especiais.

Espero que tenham gostado, aguardo os comentários. Beijos da Fê e até a próxima galerinha!

Top Comentarista