Aqui está tudo ótimo.
Quem me conhece sabe que eu realmente acredito que a literatura pode salvar o mundo. Quem me conhece, sabe que eu estou tentando mudar o mundo. Quem me acompanha, seja aqui no blog, no facebook ou na vida real, sabe de todas as minhas lutas pra desconstruir tudo o que a gente cresceu acreditando.
Dedicatória do meu livro A Vadia
Por tudo isso, eu participo de várias atividades, principalmente em escolas. Me proponho a conversar com os alunos, a falar sobre literatura, a realizar ações diversas.
E uma pergunta que sempre me fazem é "Por que você escreve para adolescentes?"
Falando de forma um pouco mais superficial, eu escrevo para essa garotada porque me identifico muito com eles, ainda que eu já tenha vários aninhos a mais hahah. E porque como eu gosto de escrever com um pouco de comédia e uma pitadinha de nonsense, esse público é perfeito pra isso.
Mas muito além disso, eu escrevo pra essa turminha porque eu realmente acredito neles. A sociedade às vezes me deixa enjoada. Sinto raiva, nojo, tristeza. Mas eu acredito nos adolescentes. Eu acredito nessa turma com menos de 25 anos (nem tão adolescentes, mas enfim). Não perco mais tempo tentando convencer a galera adulta que eles não sabem de tudo. Prefiro ocupar meu tempo com a garotada que ainda está se formando, que está de cabeça aberta, que aceita o novo com mais facilidade.
De maneira nenhuma quero dizer que todas as pessoas mais velhas me deixem enjoada. Não é isso. Conheço muita gente mais velha com cabeça muito aberta. Mas falo daquelas pessoas que simplesmente não querem ouvir nada que é diferente. Pra essas eu só sorrio e aceno.
Mas voltando a falar da galerinha.
Toda vez que vou para um bate-papo vou com a consciência de que vou assustar. Já vou sabendo que vou causar um certo estranhamento. Que não vai ser fácil a galera ouvir algo totalmente diferente do que ouviram a vida toda.
Toda vez que eu chego em uma turma, eu consigo ver os olhos dos alunos se revirando, as caretas que eles fazem quando começam a ouvir as minhas palavras. Mas toda vez, tem um segundo em que eu consigo despertar a atenção de verdade. E nesse momento, os pescoços se espicham para a frente e eu juro que consigo perceber os ouvidos se abrindo. E então eu começo a ver algumas cabeças balançando positivamente, mostrando que "pensando por esse lado, acho que é isso mesmo." E é por isso, por esse momento, que eu escrevo para adolescentes. Escrevo na espera daquele segundo onde os leitores sentirão um estalo.
"Pensando por esse lado..."
"Pensando por esse lado..."
Essas são as fotos das conversas que tive com os alunos da minha antiga escola na semana que passou. A primeira foto era da turma do terceiro ano e a segunda, da turma do segundo ano. Várias sementinhas plantadas.
E olhem só a lembrança que o facebook me trouxe :)
E é por isso, meu povo, que eu trabalho. Um dia a gente ainda vai mudar o mundo :)
Um beijão e até a próxima!
Oi, Gi!
ResponderExcluirAdorei seu depoimento!
Eu sempre me perguntei por que você escrevia só pra adolescente e adorei sua resposta hahahha
Beijos
Balaio de Babados
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Ooi Gi!! tudo bem??
ResponderExcluirAdorei a dedicatória do livro A Vadia, que inclusive ainda preciso ler!
E gostei muito de saber desse seu trabalho de visitar escolas. Deve ser muito prazeroso! Imagina conseguir plantar essa sementinha que você falou na cabeça de, pelo menos, um adolescente! Deve ser uma sensação mágica!!
Eu também gosto de escrever para esse público, mas nunca tinha parado para pensar no motivo.. Acho que porque me identifico mais e prefiro esse tipo de história. Apesar de estar tentando escrever umas coisas mais sombrias ultimamente...
Que máximo ter uma turma fazendo trabalho com Se eu fosse a Cinderela!!!!
beeijo
http://lecaferouge.blogspot.com.br/
Olá Gih!
ResponderExcluirPostagem tão linda e tão sincera. Os adolescentes também são meu público, mais por afinidade do que por escolha mesmo. Eu ainda devo ter a alma muito jovem e não consigo escrever algo maduro. Eu sou igual você: comédia e nonsense.
E por que não escrever para quem vai ser o nosso futuro não é? Acho que a nossa responsabilidade é bem maior do que a dos que escrevem para um público mais velho.
Ainda quero visitar escolas e ter bate-papos assim. =D
Beijos!