terça-feira, 18 de julho de 2017

Dou-lhes um ano e porque os opostos não se atraem

Olá, meu povo. Tudo bem com vocês? 

Aqui estou eu, novamente para tretar com vocês. Bem, na verdade não exatamente. Não vim com uma treta, mas sim com uma reflexão. 

Partiu? 

Durante o final de semana, assisti ao filme "Dou-lhes um ano" que está disponível na Netflix. 



O filme é uma comédia romântica bem diferente. Ela começa onde a maior parte das histórias do gênero termina: no casamento. 

Josh e Nat se conhecem há apenas 7 meses, mas apesar de todas as suas diferenças (e acreditem em mim, elas não são poucas), eles resolvem se casar. Afinal estão apaixonados e todos esses meses é o suficiente para que ambos saibam que foram feitos um para o outro. SQN. 


Já no casamento o peso das diferenças começa a incomodar. Enquanto Nat pretendia um casamento discreto e tradicional, Josh queria um casamento para dar vídeo para o youtube. Enquanto a família de Josh é animada e amorosa, a família de Nat é fria e tranquila. E a família e amigos de ambos tem a certeza de que esse relacionamento não vai durar muito. 


E afinal, eles estavam certos. Vamos acompanhando os meses do casal e percebemos, juntamente com eles, a grande merda que fizeram. Josh é um escritor iniciante. Sonhador, bêbado, bagunceiro, cheio de crises existenciais. Por outro lado, Nat é uma publicitária bem resolvida, carreira brilhante, uma mulher chique, independente e muito bem resolvida. 
Mas com nove meses de casamento, eles resolvem que é hora de tomar alguma atitude. E mais que isso, eu não vou falar para não dar algum spoiler. Acredito realmente que vocês devam conhecer esse filme, porque ele é realmente encantador. 

                 
Ao terminar o filme, eu fiquei pensando por alguns minutos. Pensando no que tinha acabado de ver. Pensando no que a gente passa a vida inteira acreditando e então resolvi vir aqui e conversar com vocês. 

Eu sei que a gente passa a vida inteira ouvindo que "os opostos se atraem" e não vai ser eu que vou dizer o contrário. Eu sei, eu sei. Eu disse o contrário no título. Mas isso se chama "estratégia para atrair o público alvo". O que eu quero dizer, é que eu acho sim que os opostos se atraem. Mas que é muito difícil fazer disso mais que uma simples atração. Transformar a atração de dois opostos em um relacionamento saudável e feliz é muito complicado. 

Eu sei que às vezes, assim como no filme, a gente está muito apaixonado (ou "apaixonado") e não consegue perceber que as diferenças são enormes. E que um relacionamento assim, não teria chances de ir para a frente. 

Uma amiga da minha irmã faz terapia e a terapeuta disse uma coisa pra ela que virou o nosso mantra "Um relacionamento sempre dá sinais desde o começo". O que acontece é que a gente vai ignorando todos os sinais porque acha que as coisas podem ser diferentes. Porque a gente acha que vai ser forte o bastante e que sempre vai relevar as diferenças. Mas a verdade é que na grande maioria dos casos, a gente não vai relevar. A gente vai brigar por causa daquele motivo. E o parceiro só vai poder dizer "você já me conhecia assim" e a gente não vai poder dizer nada, porque isso é verdade. 

Eu lembro de um cara que eu conheci algum tempo atrás. A gente se entendia muito bem, na cama, na cozinha, no banho e na bagunça. Mas ele era distante, enquanto que eu queria passar o tempo todo abraçada nela. Eu era brincalhona demais, enquanto ele levava tudo a sério. Eu queria discutir a relação o tempo todo, enquanto que para ele, viver bastava. Doeu demais ter que entender que por mais que eu gostasse dele, e por mais que eu soubesse que ele gostava de mim, aquilo não tinha chance de dar certo por mais tempo. 
Eu lembro do dia em que eu dormi na casa dele. Lembro da minha mão fazendo carinho nas costas dele e lembro de como eu queria receber aquele carinho também. E eu lembro que eu chorei sem ele ver. Chorei por pensar que havia uma coisa de errada comigo. Ou então com ele. Mas foi só com o tempo que eu percebi que não havia nada de errado com nenhum de nós. A única coisa que havia de errado era nós dois juntos. 

E perceber isso dói. Dói porque a gente sempre acha que vai ser capaz de relevar. Porque a gente cresce acreditando que o amor supera todas as diferenças.Dói porque a gente aprende que precisa insistir sem parar. Porque se a gente não insistir não é amor. Hoje eu acho que o amor também está presente quando a gente desiste. Desistir também é um ato de amor.

Desistir é amar o bastante para saber que a gente não vai poder fazer a outra pessoa feliz. E ter tanto amor próprio, pra saber que por mais que aquela pessoa seja maravilhosa, ela não é uma pessoa certa pra gente. 

É claro que existem muitos relacionamentos que funcionam mesmo com todas as diferenças. Eu e meu namorado mesmo, somos muito diferentes um do outro. Mas são diferenças com as quais podemos viver. Porém, existem casos, em que as diferenças são grandes demais e ao invés de celebrarmos a presença delas, começamos a enxergá-las como defeitos. E na minha humilde opinião, é aí que está o problema.

Então o que eu acho é que os opostos se atraem sim. Mas para uma relação é preciso mais que uma atração. Um relacionamento não é só feito de sexo e sorrisos. Relacionamento envolve a vida, sonhos e crenças de duas pessoas. Às vezes, as diferenças podem ser relevadas. Às vezes não. Mas no segundo caso, não é falta de amor. Às vezes é só a certeza de que existem muitas outras pessoas no mundo, e com certeza algumas vão se encaixar melhor na nossa vida, sem se sentirem presas ou esmagadas. 

10 comentários:

  1. Olá, gostei muito da sua resenha. Amo comédia romântica. Já quero assistir esse.

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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  2. Desisti doí muito e mais ainda e depois conviver com a ausência e os espaços vazios deixados pela pessoa complicado. Desistir as vezes é um Ragnarok na vida da gente kkk Mas as vezes é a melhor opção. Concordo muito com tudo que vc escreveu e os 4 últimos parágrafos desse texto simplesmente é o que penso dito da melhor forma possível.


    Pandora
    Uma Pandora e Sua Caixa

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  3. Oi Gih!
    Não conhecia o filme ainda, mas quero assistir.
    Adorei seu texto (sou fã das suas polêmicas haha). Eu já tentei namorar uma pessoa diferente de mim e obviamente não deu certo. Hoje eu vejo isso que você comentou, todos os sinais estavam lá no começo, eu que não quis ver.

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  4. Olá, Gih.
    Vou ver se assisto o filme. Eu sempre fui da seguinte opinião de que os opostos podem até se atrair, mas ficar junto é muito dificil. Quando as diferenças são muito grande fica dificil abrir mão de quase tudo mesmo que exista amor. É engraçado como os filmes sempre mostram isso, e geralmente a grande diferença é a posição social, e sempre dá tudo certo no final. Mas na vida real é bem diferente. Estou com um exemplo na minha família. Meu irmão está se separando depois de doze anos tentando ficar junto com uma pessoa que é o oposto dele em tudo. Mas ele ainda quer continuar tentando. Ela que desistiu. As pessoas de fora sempre enxergaram essas diferenças gritantes entre eles, mas os dois não. Enfim, não vamos dizer que não aconteça com alguns, mas são poucos.

    Prefácio

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  5. Oi Gih! Tudo bom?
    Acho que não conhecia no filme, mas fiquei interessada! Adoro comédias românticas e tô sempre procurando novos títulos pra assistir. Uma coisa que eu gosto bastante é quando os filmes não trabalham aquela coisa sonhadora do relacionamento perfeito, e sim mostram as nuances e que nem tudo pode acabar em felizes para sempre. O mais importante, sempre, é estar feliz consigo mesma. Se o relacionamento proporcionar isso, ótimo. Se não, é porque alguma coisa não está dando certo. E é muito difícil encontrar histórias do tipo nesse gênero, mas algumas exceções fazem valer a pena.
    Gostei bastante da dica, vou procurar o filme sim!

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  6. Oi
    eu não conhecia o filme, parece ser bom.
    Nunca sai com uma pessoa diferente, mas acho que seria complicado, pois eu sou aquela pessoa quieta, caseira, geek e muitos não entendem, acho que na cidade um rapaz que me interessaria não entenderia isso.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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  7. Oi Gih! N conhecia esse filme, a proposta é interessante!
    Foi ótimo ler sua crítica e opinião!
    "Transformar a atração de dois opostos em um relacionamento saudável e feliz é muito complicado."
    "Um relacionamento sempre dá sinais desde o começo"
    "[...] não havia nada de errado com nenhum de nós. A única coisa que havia de errado era nós dois juntos."
    Entendi completamente o que quis dizer e concordo!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  8. Oooi Giih! Tudo bem?
    Não conhecia o filme, mas fiquei com vontade de assistir! Agora, refletindo sobre o seu texto... nossa, me fez pensar muito na minha vida!! E é algo tão simples, mas que pensando nisso parece que faz toda a diferença na percepção das coisas... esse negócio do oposto que não da certo e não importa o que a gente faça para dar, não basta.. é triste e eu também demorei tempo demais para perceber.. mas é sempre bom ver que a gente amadureceu a ponto de compreender o que havia de errado né? :)
    Beeijo

    https://lecaferouge.blogspot.com.br/

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  9. Oi Gih, tudo bem?
    Se tem uma coisa que eu não acredito é de que os opostos se atraem.
    Todo mundo tem diferenças, ok, mas existem alguns valores e bases para uma relação que precisam ser parecidos. Porque diferenças mais 'banais' é possível resolver com diálogo e jogo de cintura, mas tem coisas que não rola (e isso desgasta o sentimento).
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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  10. Olá Gih!
    Adoro suas resenhas sobre qualquer coisa. Amo ler tudo o que posta aqui.
    E achei muito interessante este filme e sim, coloquei na listinha. Verei esta semana na Netflix.
    E acho maravilhoso quando um filme nos faz refletir, ainda mais sobre a vida e o amor e sobre nós mesmos.
    Beijos!

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