sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Conservadora, eu?

Olá povo, tudo bem com vocês? 

Hoje estou aqui para falar de um tema polêmico. Bem polêmico. Talvez o mais polêmico que já tenha sido falado aqui. E olha que nós já discutimos sobre muita coisa. 

Para quem não sabe, Pedro Bandeira é um autor que eu admiro desde muito. Acho que ele tem um jeito de escrever que envolve seus leitores. 

Quem conhece o trabalho do Pedro, sabe que ele escreve para o público infantojuvenil, mas que seus livros não são muito "leves". Por exemplo, Descanse em paz meu amor é um livro bem assustador e macabro para os pequenos e a série dos Karas, envolve a polícia, mortes e muito mais. 

Pensando aqui, acho que os livros dele deveriam ser classificados como YA. Que são aqueles livros jovens, mas que não são mais tão inocentes. Mas a gente sabe que aqui no Brasil na verdade isso está mudando, mas a maioria dos educadores atuais ainda não conhece algumas diferenças , quase tudo que é jovem, classificam como infantojuvenil. O que é um grande erro, em minha humilde opinião, mas enfim... 

Bem, mas a questão é que nestes últimos dias houve uma polêmica com o livro A Marca de Uma lágrima. Livro que eu não li ainda, então darei minha opinião com base nos trechos que li. 

O que aconteceu é que os pais de uma escola X reclamaram que o conteúdo presente no livro estudado em sala de aula era muito pesado e erótico. 

A escola, assim como a Editora bateram pé e disseram que não. Que os alunos podem sim ter contato com esse material e tudo o mais. 

Os trechos que li, são os trechos da matéria. 

E para conferir a matéria completa, basta Clicar aqui

Sim, eu achei os trechos muito pesados. Me julguem! 

Bem, vamos lá para a minha opinião. 

Esse livro tem mais de 30 anos o que de uma forma ou de outra, torna "justificável" o conteúdo. Há 30 anos atrás, muitas meninas já estavam casando não que hoje não estejam, mas hoje isso é visto de uma forma muito pior do que há 3 décadas...

O livro ganhou vários concursos, é fato. Foi considerado o melhor livro para pré adolescentes e tudo o mais. Há anos vem sendo utilizado nas escolas. Livro super indicado. Mas acho que isso agora deve ficar no passado. Hoje, eu acho (pelos trechos lidos) horrível. Eu escrevo para a garotada e só eu sei o tamanho da minha preocupação com meus pequenos leitores. 

Quem já leu Se eu fosse a Cinderela, sabe muito bem do que eu estou falando. Até mesmo Os Sonhos de Rita foi escrito com muito cuidado e eu só gosto de indicar para a galera maiorzinha, de 7º ano em diante (pelo menos). O que ele tem de erótico? "E chorando, dormiram." Pois é! Até mesmo Justa Causa estou adaptando  para  apresentar para a galera do ensino médio. 

Sei que para muitos aqui, isso pode ser um grande absurdo. 

Mas devo dizer que eu não sou nada conservadora. Gosto de quebrar conceitos, valores e tudo o mais. Quem conhece meu trabalho, seja como blogueira ou autora, ou até mesmo quem me conhece como pessoa, sabe disso. Mas eu realmente acho que certos conteúdos não deveriam ser abordados com a galera tão nova. Ou então, deveriam ser abordados de outra forma. Fico com a sensação de que esses são livros eróticos para a gurizada. 

Teve até um comentário onde a diretora fala que baixa auto estima é uma coisa muito presente nesta fase e que bem que o livro aborda isso. Bem, há muitos livros que abordam isso sem serem "erotizados". 

Entendam que eu não estou julgando o Pedro. Nem mesmo julgando o livro. Estou julgando o fato de um livro com esse conteúdo estar presente nas salas de aula dos pequenos (e na minha opinião, 12 anos é criança ainda)

Acho que esses livros deveriam ser revistos sim. E deveríamos acrescentar novos livros as nossas grades estudantis. 

As vezes fico com a sensação de que as pessoas dão muita vazão a tal liberdade poética e tudo se aceita porque é arte. 

Se a gurizada tá cantando funk "onde já se viu", mas se é literatura pode. Porque é arte. Ah vá. 

Recentemente fui ao teatro com meu marido. 

A peça era péssima, mas não é isso que está em diálogo. A questão é que ela não possuia classificação indicativa e havia muitas piadas com conotação sexual. Eu não sou mãe, mas certamente se fosse e estivesse com meus filhos ali, eu reclamaria. E eu, adulta, fiquei incomodada com aquilo. Quando eu alugo um filme, eu sei a classificação dele e o que ele aborda. Porque não é assim com a literatura e o teatro? 

O mais engraçado é que os mesmos pais que estavam lá, achando graça de tudo, provavelmente achariam um absurdo se houvesse um beijo gay. 


Além do mais, em muitos livros para a garotada que envolve sexo, não há menção de métodos contraceptivos, outra enorme falha. Se vai ter sexo, então vamos de sexo seguro. 

Não estou querendo retroceder nem nada do tipo, me mostrar puritana, ou dizer que devemos ser conservadores. Nada disso. 

Mas acho importante abrir para todo tipo de debate. 

E agora, quero que vocês me contem o que pensam sobre o assunto. Se acham que eu sou exagerada, se acham que eu estou com a razão, se não enxergam assim, se há um outro ponto de vista... enfim... me contem! 

E se você curtiu, compartilhe com os amigos. 

Um beijão e até a próxima! 

PS: vale ainda lembrar que tudo depende também da forma como o livro e a história é apresentada. Há algum tempo atrás, trabalhei com uma turma com um dos meus livros e um dos pontos levantados pelos alunos e pela professora foi os relacionamentos abusivos. Achei o máximo, mas fiquei surpresa. Até então, nenhuma escola havia trabalhado em cima disso. 
Então também é preciso analisar a forma como a obra é apresentada e estudada. 
Não sou aluna desta escola e como eu disse, nem li o livro. Meu post também não é para ser levado como certeza absoluta. A gente tá aqui para debater :) 

19 comentários:

  1. Oi Gih, sua linda, tudo bem?
    Eu li esse livro justamente na escola, e lembro que amei, chorei muito. Mas faz muito tempo, confesso que não lembro da história. Então, fui ler a matéria que disponibilizou. E realmente, os trechos selecionados, destacados fora do texto, podem causar uma influência negativa e incentivar determinados comportamentos como se fosse normal para a idade. Mas vou lhe dizer algo, não lembro a idade em que li, mas acho que pela minha inocência da época eu li e não vi maldade. Acho que é essa a diferença para a geração atual, o programa Chaves, por exemplo, eu adoro, não me canso de ver. Mas se analisarmos, ele ensina a bater. Mas quando eu vi, não tive essa maldade, não vi e pensei que faria igual. O problema é que a geração atual está fazendo igual. Então, concordo com você quando diz que o currículo deve ser atualizado, pois estamos em outra sociedade, que se comporta de forma diferente.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi Cila. Tudo bem sim =D
      Acho que é bem isso que você falou. As coisas estão diferentes. E por isso, a educação também deve ser revista.
      É tipo os livros de Monteiro Lobato (ainda não li) que eram vistos como maravilhosos, mas que hoje, analisando, se percebe que eles são racistas.
      Acho que a gente nunca pode parar de questionar e precisa sempre atualizar.
      Só porque uma coisa foi perfeita por trinta anos não quer dizer que ainda seja.
      Porque talvez ela não seja perfeita para a época em que estamos vivendo.
      Um beijão Cila e muito obrigada pela sua opinião :)

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  2. Oi, Gi!
    Menina, eu fiquei chocadaney com essa treta toda envolvendo A Marca de uma Lágrima.
    Primeiramente, ele é o meu livro da vida e irei protegê-lo hahahhaha
    Então, eu li esse livro, eu já tinha lá meus 14 anos e, falando sobre as partes da matéria, na época eu nem me toquei sobre esse lado erótico. Eu estava mais preocupada com o mistério hahahhaha Mas, relendo agora na matéria, realmente os trechos são meio pesados, dependendo da faixa etária que foi indicada.
    Enquanto há trinta anos atrás, as pessoas estavam casando mais cedo, hoje em dias, as pessoas começam a fazer sexo mais cedo (eu acho). Mesmo proibindo esse livro, por exemplo, os adolescentes de hoje em dia tem o funk e a televisão bem aí esfregando conteúdo erótico na cara e muitos pais nem se tocam. Quer dizer, "nem se tocam" porque quando é algo de caráter homossexual, aparece gente até do inferno para ser contra, como foi no caso da cena de sexo gay na novela das 9, que é indicada para maiores de 16 anos e houveram pais escandalizados das suas crianças assistirem. Na mesma semana, houve uma cena de sexo, mas no caso rolou um adultério, e aí? Cadê os mesmos pais para reclamarem? Hipocrisia mandou lembranças.
    Fora que adolescente é o diabo encarnado quando quer ter descobrir algo novo. Aposto como muitos deles hoje em dia já leram Cinquenta Tons de Cinza e esses mesmos pais que reclamaram de A Marca de uma Lágrima nem sonham. Eu sou um belo exemplo. Na mesma idade que li esse livro, li o da Bruna Surfistinha e meus pais até hoje nem desconfiam hahhahahahha
    (Eitchan que meu comentário foi gigante, mas tá acabando) Para finalizar, não acho que ser indicado para maiores de 12 é algo tããão escandaloso assim. Não sei por agora, mas nos meus 12 anos foi quando aprendi educação sexual na escola, mas não significa que sai transando por aí.
    Resumindo tudo isso, eu acho que os pais deveriam ter mais cuidado e revolta com o que seus filhos ouvem e veem fora da escola porque proibir um livro não significa que eles não terão acesso a conteúdo erótico.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. hahhaha oi Lu. Sabia que você ia defender hahahha. E defendeu com classe, com textão hahahhaha
      Então...
      eu ainda não li o livro, então não sou a melhor pessoa para opinar, na verdade. E se eu ler agora, sei que a experiência vai ser diferente.
      Tipo, eu li Poderosa quando pequena e amei. Hoje estou relendo e algumas coisas estão me incomodando. Mas sei que quando foi lançado, o pensamento das pessoas era diferente.
      Acho que o mesmo vale aqui.
      Hoje a garotada se comporta de outra forma, e sociedade vê as coisas de outra forma, então acho que nossas grades e livros precisam ser revistos.
      E o livro está sendo apresentado para a garotada de 12 anos. Particularmente, acho cedo.
      E não acho que hoje nós transamos muito cedo. Só acho que hoje isso é visto como uma coisa ruim (e não estou dizendo que não seja) e antes era bom. Transa e casa.Hoje não.
      Valeu por seu comentário e opinião =D
      Um beijão

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  3. Oi, Gi, eu não li o livro mas fui olhar os trechos na reportagem e, se analisados isoladamente, eles parecem sim eróticos e talvez um pouco pesados para a faixa etária.
    Mas acho que é muito importante levar em conta também o fato de que na adolescência o interesse e a curiosidade pelo sexo começa a despertar, e se eles não virem isso na literatura nem na música, vão ver no dia-a-dia, nas conversas uns com os outros.
    Aí, assim como você, ressalto a importância de analisar a forma como a história de um livro será apresentada e debatida com eles, e a forma como o interesse pelo tema vai ser trabalhado com esses adolescentes pelos pais e educadores.
    De qualquer forma, é um debate interessante e pertinente.

    petalasdeliberdade.blogspot.com

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  4. Olá, Gih.
    Falar sobre esse livro é bem complicado. Por um lado, ele tem uma estrutura narrativa bem simples, bem rasa, o que dificilmente se encaixaria em um YA. Por outro lado, ele possui comentários bem eróticos, o que é inadequado para a idade. Então, eu vejo a obra como um livro híbrido, ele nem é infantojuvenil, pelo conteúdo mais sexual, mas também dificilmente se encaixaria em um YA, por ser fraco demais sobre isso.
    Acredito, sinceramente, que 14 anos é uma idade inadequada para certos comentários do livro. 12 mais inadequado ainda. Tanto se fala em resguardar a infância; então acredito que isso deva ser feito também na literatura.
    Talvez seja hora de criar um gênero mais ou menos, nem barro e nem tijolo. Pois como Infantojuvenil o livro é pesado; como YA é leve demais.
    Em relação à idade, acho que isso deve ser decidido pelos pais. Não sabe à escola dar um livro desses aos alunos.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de agosto. Serão dois vencedores e um deles levará um vale compras!

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    1. Palmas para ele :)
      Obrigada pelo comentário Marcos, adorei sua reflexão.
      Vou ler esse livro para entender um pouco mais sobre :)
      Um beijão

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  5. Gih, eu li esse livro há muuuuuuito tempo, muito tempo mesmo, de não lembrar de detalhes assim. Foi o único do Pedro Bandeira que eu li, e me lembro de ter gostado muito. Me lembro que ele tem um carga dramática forte, fala sobre bullying, me lembro que a protagonista era bem diferente e tinha uma quedona por esse Cristiano, e sofria por isso. Pensando aqui, são temas importantes pra se abordar. Mas como vc disse, a linguagem do autor brasileiro naquela época, era assim. Mesmo que vc classificasse o livro hj como YA, os YA's de hoje em dia tbm não tem trechos parecidos com esses da matéria. Eu nem lembrava desses trechos pra ser sincera, pq a impressão que o livro me deixou foi outra.
    Eu acho que o que poderia acontecer, seria uma adaptação pra mudar esses trechos. Pq realmente não são nada apropriados para a idade, mas o livro em si, é.
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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    1. Lembrei agora, li "O mistério de Feiurinha" do Pedro Bandeira tbm, haha

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  6. Olá Gih!
    Eu concordo com você. Acho que tudo vai de como o assunto é abordado.
    E com criança a gente tem que ter cuidado redobrado. Eles aprendem "besteira" mais rápido do que se percebe.
    Mas acho esconder o assunto das crianças algo errado, tem que ser apresentado de uma forma que eles entendam e seja educativo. Porque se eles forem fazer por conta própria, já viu né?
    Realmente tinha que ter classificação indicativa na literatura. Tinha que ter a sessão adulta na livraria separada, igual tinha a pornô na locadora. Não é porque é livro que tem que estar escancarado para todos verem. 50 tons de cinza que o diga.
    Beijos!

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  7. Oi! Passando para de falar que te citei lá no meu blog! Espia lá http://bit.ly/2aI7Ts8
    Abraços!

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  8. Olá, Gih.
    Li esse livro quando tinha uns dez anos, então faz bastante tempo. Confesso que não lembrava dessa partes citadas. Acho que hoje em dia as coisas estão tão "evoluídas" que uma coisa que a gente lia e entendia de uma maneira antes, hoje em dia é visto de outra forma. Mas ai fico pensando porque retirar ou reclassificar um livro por causa disso se esses mesmos pais deixam os filhos assistirem uma novela como Malhação por exemplo que tem conteúdo bem pior que esse? Se formos rever todos os livros mais antigos é claro que vamos encontrar uma ou outra coisa "errada" como você citou nos livros do Monteiro Lobato por exemplo. Mas acho que deveria era ter uma classificação nos livros, isso ajudaria muito. E não concordo do livro ser retirado, mas não ser obrigatório, então leria quem quisesse. Eu li e amei, inclusive li umas quatro vezes. E pensando agora, já li várias poesias que tem esse tipo de conotação e não vejo ninguém falando que é erótica.

    Blog Prefácio

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  9. Oi Gi!

    Nossa, que tema difícil! Bem, o fato dos adolescentes estarem transando mais cedo não quer dizer que seja algo normal (meu lado conservador?), pra mim 12 anos é cedo demais e talvez seja mesmo para o livro, mas 14 não, lembro que li Capitães da areia com essa idade e foi uma experiência incrível. Particularmente eu não gosto da ideia da censura, concordo com a Sil no comentário acima, talvez tirar a obrigação de ler seja uma boa saída. E também acho que talvez se não fosse a polêmica esses adolescentes nem iriam se chocar com esses trechos, devido aos outros assuntos do livro. Quanto ao Pedro Bandeira, adorooo, marcou minha infância!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  10. O problema é que "partes isoladas" nem sempre representam o "todo". Não concordo com críticas (sejam elas negativas ou positivas) de quem não leu a obra. Como se pode "reclamar" ou "questionar" uma coisa que não se leu? Nesse caso a pessoa só replica a opinião alheia que mais lhe atraiu....me desculpe a sinceridade. Acho que a questão principal deveria ser como a história vai ser trabalhada, essa história pode ser bem trabalhada com certeza tem potencial para isso. Só acho que hoje em dia tem criança de 12 anos que sabe mais de sexo do que eu! Isso tá certo?? Eu acho que não! Mas só queria que o povo deixasse de ser hipócrita...é uma nova geração, deve ser tratada com tal...acho que tem muito mais conteúdo impróprio para a criançada na TV e internet que não tá no gibi. E coisas que de repente o pai e a mãe nem vão poder contextualizar, pois não estão vendo tudo o que os pequenos veem na tv. Já os livros na escola podem ser contextualizados da melhor forma, afinal acho que os professores são treinados para tal. Trazer os assuntos e mostrar de forma mais adequada para as crianças. 12, 13 anos já é pré adolescente, já está com os hormônios em fúria kkkkk...acho que conversar de forma saudável certos assuntos é até bom, mais seguro para eles começarem a saber mais do mundo. Enfim...o mundo mudou, né?

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    1. Oi Re. Obrigada pelo comentário.
      Mas como eu falei na postagem, não estou criticando o livro e nem o autor.
      E para mim, mesmo que uma parte isolada não represente o todo, a gente também precisa questioná-las.
      Também acho que é uma nova geração e deve ser tratada como tal.
      Então pensando assim, um livro de trinta anos atrás pode não ser mais tão apropriado ;)
      É justamente porque o mundo mudou que eu acho que a literatura deve ser revista. Principalmente em salas de aulas. Hoje temos livros muito melhores e com mensagens e questionamentos muito mais válidos :)
      Um beijão

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  11. Oi, Gi!
    Acho esse debate super válido. Sabia que tinha lido algo sobre esse livro em algum lugar, mas não lembrava que era por causa dessa polêmica porque não abri a matéria.
    Bom, confesso que fico meio dividida. Eu com meus 13 anos já gostava de ler umas coisas safadinhas kkkkkkkkkkkkkkk mas hoje tenho um filho e penso que não quero que ele leia coisas do tipo antes dos 15, pelo menos.
    Realmente os trechos são pesadinhos e acho que entraria nessa briga pra tirar o livro da grade.
    E que ódio do teatro não ter classificação indicativa! Eu armaria maior barraco.

    Beijos,
    Kemmy|Duas leitoras

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  12. Eu sou educadora infantil (faixa etária 1 anos e 6 meses a 2 anos) e professora de história (5ª série a 8ª atualmente) e olha os livros que crianças e adolescentes e adultos mais gostam são aqueles com os quais eles se identificam, que fogem de abordagem didática e pedagogizante que são lúdicos e falam sobre situações que eles vivem. Já fiz um comentário monstruoso no youtube correndo risco de me torna pessoa não grata por aqui, mas esse é um tema instigante. Para mim, livros infantis e infantos juvenis para mim YA é infanto juvenil não precisam ou devem ser pedagogizantes, não podem deixar de desafiar a inteligencia do jovem leitor, não podem subestimar a capacidade deles criando no livro um mundo que não confere com a realidade deles que não aborda a diversidade e complexidade das relações humanas. Entre os livros preferidos da minha turma de educação infantil são histórias de um macaco birrento, um elefante narcisista, uma família que espera todo mundo junto pelo pai e uma lula que se acha a maior coisa que existe no mar... veja não são os meus, são os deles se vc quiser da uma olhada fiz um post para esses livros (http://elfpandora.blogspot.com.br/2015/11/literatura-infantil-para-quem-tem-entre.html). Os adolescentes me levaram a Cassandra Claire... Eu sou uma defensora de "A marca de uma lagrima" ferrenha, não por ser um livro não problemático, mas por ser um livro no qual senti sinceridade, que me tocou, no qual me vi retratada com minhas paranoias, desejos e angustias. Para mim é um livro que respeita a capacidade cognitiva dos adolescentes. Não sou eu que escolho os livros dos alunos na escola onde trabalho, mas se fosse, eu ia com fé fugir de paradidáticos que não respeitassem a inteligencia das crianças e suas experiencias de vida. Ah, e uma coisa que sempre achei maravilhosa nos livros é que eles não praticavam censura comigo, eles não perguntavam a minha idade antes de informar sobre temas complexos dos quais meus pais fugiam.

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    1. hahah Pandora, você será sempre bem vinda <3
      Eu acredito demais no debate, na discussão saudável, em conhecer outras opiniões.
      Foi graças a isso que me tornei a pessoa que sou hoje. Porque parei para ouvir e ler outras opiniões :)
      Eu adoro o Pedro, mas eu problematizo até obras antigas minhas.
      Estou postando um no wattpad e hoje mesmo, reescrevi algumas coisas que estavam complicadas.
      Eu acho que o problema deve ser mostrado, mas deve ser mostrado como um problema.
      Tipo, livros eróticos que romantizam relações abusivas. Isso tá errado. Tem montes de meninas lendo isso e querendo um amor desses.
      Tá errado!
      Fernando ter beijado a Isabel quando ela estava bêbada, tá errado.
      O narrador dizendo que a diretora era obesa e por isso nojenta, tá errado.
      Mas pode ficar tranquila, você sempre será bem vinda aqui. Desculpe se em algum momento fui grossa :(

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