domingo, 6 de setembro de 2015

Fragmentados - Neal Shusterman

Por favor, leia antes de partir para a resenha: 
Esta é uma resenha pessoal. Não é o intuito criticar alguém que tenha uma opinião diferente da minha. Mas se houver algum comentário desrespeitoso, irei excluir sem pensar uma vez. Então se você não concordar com algo, pode expor sem medo. Mas se você for desrespeitoso, isso será um grande problema. 
Aviso ainda, que a resenha ficou enorme. E se você se sente ofendido quando alguém é a favor do aborto, por favor, feche esta postagem e leia outra que não atinja a sua opinião pessoal. 


Título: Fragmentados
Autor: Neal Shusterman
Páginas: 368
Skoob
Sinopse: Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria .
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.

Minha Opinião: Eu confesso gente: apenas resolvi ler o livro, por que queria criticá-lo. Me julguem, ok

Mas eu explico. Eu sou a FAVOR do aborto por inúmeros motivos que eu não citarei aqui, então quando vi uma premissa que criticava descaradamente isso, eu não pude me aguentar.

Eu precisava ler e entender qual era a do Neal. A verdade é que eu terminei o livro, sem entender qual o propósito do autor, mas enfim, vamos lá. 

Fragmentados é uma distopia que nos revela um mundo onde o aborto durante a gravidez é terminantemente proibido. E NINGUÉM desrespeita esta lei. 

" Só porque a lei diz, não significa que seja verdade. " 

Mas o "aborto atrasado" é permitido. A mãe é obrigada a ter a criança, mas assim que ela completa 13 anos, os pais podem decidir abortar o filho. Como? Vamos supor que seu filho só dê trabalho, vá mal na escola e tudo o mais. Assim que ele completar 13 anos, você pode assinar um papel autorizando a sua fragmentação. Ou seja, seu querido filho, será cortado em mil pedacinhos e cada parte dele vai para uma pessoa que esteja precisando daquele braço, daquela mão. 

"Se mais pessoas tivessem doado seus órgãos, a fragmentação nunca teria acontecido. "

Explicando para a minha cunhada sobre o quê falava o livro, ela me sai com essa : "ah, mas pelo lado bom, tudo é aproveitado né? " Não gente, como assim? Não tem lado bom. E se você viu um lado bom nisso, vá se tratar. Assim que ela concluiu a frase, eu chamei meu marido e a levamos embora dentro de uma camisa de força reforçada

Os pais neste livro, são seres abomináveis e sem escrúpulos. Um dos meninos é mandado para a fragemntação por que seus pais se separaram e nenhum queria ceder a guarda, preferindo então ter o filho espalhado em vários outros corpos. Que tipo de ser humano é esse? Me respondam!

Detalhe que o filho não pode escolher se quer ou não ser separado em duzentos pedaços.

Em um primeiro momento, acreditei que o autor queria comparar esta prática absurda ao aborto. Não é a mesma coisa gente. Não é! 


Mas depois, vi que o autor critica tantas outras coisas, como o sexismo, a igreja, os pais que se acham donos dos filhos, o abuso sexual, a utilização da mulher como mercadoria, que eu não consigo - e não quero - acreditar que ele criticaria um direito da mulher. 

" - ... Abandonei a igreja. 
...
- Você perdeu a fé? 
- Não - responde ele- , só minhas convicções. Eu ainda acredito muito em Deus. Só não creio em um Deus que tolere o dízimo humano. " 

Em dado momento da história, há uma explicação de por que surgiu esta lei. E é isso que para mim redimiu o autor. Ele faz com que os leitores a favor do aborto, se questionem por que são a favor e faz com que as pessoas contra, se questionem por que são contra. E o ponto onde esta guerra pode chegar. Teve um papo tempos atrás sobre um aborto atrasado, não teve? Então! 

Conhecemos vários adolescentes neste livro. Vivemos com eles o desespero de descobrir que serão fragmentados, os problemas comuns da idade, como o bulliyng, decepções amorosas e vivemos levemente um romance. Tudo isso em uma escrita que nos leva a loucura, pra descobrirmos quem será picado e quem permanecerá intacto. 

Porém, e sempre tem um porém, o próprio autor, que critica o sexismo, o faz em seu livro. Em suas 319 páginas, apenas 4 mulheres possuem nomes. E todas elas, tem grande importância na história, mas esta importância não é dada a elas. Enquanto que, posso citar inúmeros nomes para os personagens masculinos e até mesmo os personagens sem grande papel, possuem um nome, uma história e é honrado ao final, como importante para o desfecho do livro. 

Prefiro acreditar, que esta foi apenas mais uma maneira de o autor criticar a nossa sociedade. 

Por fim, como falei no começo, terminei o livro sem entender o real propósito do autor e eu tenho ceretza de que há um, ainda mais tratando-se de uam distopia. Gostei demais da escrita do autor. me apeguei demais aos personagens. Sofri e lutei com eles. E apenas não classificarei no skoob com 5 estrelas e como favorito, por que não quero meu perfil associado a um livro que talvez - apenas talvez - critique algo que eu acredito. 


Mas como era de se esperar, é claro que eu indico o livro. Se você gosta apenas de mergulhar na história sem pensar muito no que há por trás daquilo, você vai curtir muito. E se você for tão chato quanto eu Oi Marcos, que vê críticas e coisas erradas até nas linhas da calçada, então se aventure também. E claro, depois me conte se encontrou mais coisas que eu não tenha percebido e se chegou a alguma conclusão maior que a minha. 

Por fim é isso pessoal. peço desculpas pela resenha enorme e pelos mil desabafos e reclamações ao longo da mesma. Um beijão e até a próxima.

14 comentários:

  1. Oiee
    Confesso que nunca li o livro, mas o tema parece bem complicado mesmo. Irei procurar para expor minha própria opinião ;p
    Beijinhos Screepeer
    Screepeer

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  2. Oi Gih!
    Estou muito curiosa sobre este livro, e gostei de conferir sua opinião. Mas claro que, se tratando de uma distopia, não devíamos esperar um mundo maravilhoso, certo? Estes temas pesados fazem parte. :) Realmente, isso não é nem um pouco parecido à questão do aborto, é de longe muito pior. Estou com muita vontade de ler, gostei de saber que traz muitas reflexões. Ótima resenha.
    beijos ♥
    nuclear--story.blogspot.com

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  3. Vou fingir que o "Oi Marcos" não foi para mim, mesmo sabendo que foi. haha
    Se eu te falar que eu estou louco para ler esse livro exatamente porque ele dará o que falar, você acredita? Juro mesmo. haha Pelo visto somos chatos mesmo.
    Como não li o livro, estava com a ideia de que ele criticaria o aborto. Pelo visto, talvez não critique, talvez critique. Vá saber. haha Quero conferir para saber o que acho.
    Quanto à desfragmentação, se a pessoa acha que é o mesmo que aborto ou acha que "ao menos vai ajudar outras pessoas", essa pessoa precisa de tratamento. Concordo com você.
    Ótima resenha, Gih.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de setembro. Serão dois vencedores.

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    1. hahha, pior é que parece que procuramos motivos para sermos chatos, kkkkkk
      Leia sim Marcos e depois conversamos mais sobre, heheh
      beijos

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  4. Oi, Gih.
    Cada um tem uma opinião e cabe a quem tem uma diferente respeitar. Eu sou contra o aborto. Mas não sei como essa lei da fragmentação conseguiu agradar aos dois grupos, não me agradaria em momento algum. Gostei da sua resenha, mostrou um outro lado do livro que ainda não tinha lido em nenhuma resenha.

    Blog Prefácio

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    1. Oi Sil. pois é, quando li também fiquei pensando nisso. Como uma ideia absurda poderia agradar? Mas as pessoas são tão estranhas :(
      Beijooos

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  5. Olá!!
    Nossa, esse livro parece ser bem complexo, fiquei curiosa pra fazer essa leitura.
    Confesso que ainda não consegui entender muito bem o que ele quer retratar, creio que só fazendo a leitura mesmo.
    Gosto qnd algo aborda os dois pontos de vista e deixa vc decidir qual posição tomar... Pelo menos foi isso que compreendi.
    Amei sua resenha.
    Beijos
    http://masenstale.blogspot.com.br/

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  6. Oi, Gih!
    Incrível como resenhas que criticam os livros me deixam curiosas. Eu vou ler esse livro com toda a certeza. kkkkkkkkkkkk
    Eu adorei a resenha e prometo que vou prestar atenção em todos esses pontos que você citou. (e depois digo se vc tá certa ou se "ah, Gih, nada a ver") ^^
    Beijo

    canastraliteraria.blogspot.com.br

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  7. Esse livro é perturbador. kkk Realmente a sua cunhada tinha que ser levada embalada na camisa de força. Muito boa sua crítica. Concordo plenamente com você em não favoritar um livro que vá contra seus ideais, mesmo gostando do mesmo. Também farei resenha dele em breve. ^^
    Obs.: Desculpe a demora em responder. Fiquei doente e só consegui retornar minhas atividades recentemente. ^^
    Beijos,
    Monólogo de Julieta

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  8. Olá Gih!
    Adorei a resenha! :3
    E que coisa perturbadora essa de fragmentar os adolescentes. Que coisa mórbida! Fiquei assustada aqui.
    Eu, uns tempos atrás, era contra o aborto, mais por causa da religião do que qualquer outra coisa. Mas ai, pensei e pensei bem melhor acerca do assunto quando o vi nas dezenas de páginas feministas que tenho no facebook e passei a ser a favor, a favor da decisão da mulher. Ela que escolhe se quer ou não abortar. O corpo é dela e o filho também.
    Claro que eu não faria, não seria capaz de matar um filho meu.
    Achei interessante o livro fazer várias outras críticas. Com certeza é uma boa leitura! Mas espera a lista de leitura das uma relaxada. (Pós-bienal é assim!)
    Beijos!

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  9. Oi Gih!
    Adorei a resenha, já tinha ouvido falar desse livro, já estava curiosa a respeito e confesso que fiquei com medo de ler srsrsrsrsrs. Esse tipo de leitura não é o meu gênero favorito mas quem sabe muito em breve eu não me aventuro?
    Se eu curtir e tiver uma opinião que concorde ou discorde da sua, venho te contar.
    Beijos
    http://nosleitoras.com/

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  10. Oi Gih!
    Todo mundo está falando bem desse livro e eu quero muitooo ler. Não consigo imaginar um futuro em que esse tipo de aborto fosse permitido. Como assim aceitar fragmentar alguém? Ainda mais seu filho?
    Não sei se você viu, mas estava um papo de permitir aborto após feita uma análise genética do feto, caso esse tivesse propensão a ser criminoso, por exemplo. Eu acho isso um absurdo e o cúmulo de maldade.
    Estou curiosa para conhecer a narrativa e saber o que aconteceu com os jovens..
    Beijosss,

    http://versosenotas.blogspot.com.br/

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    1. Oi Bá. pois é, fiquei sabendo disso. Como sou a favor do aborto, não sei se usaria a palavra maldade. Mas acho uma loucura sabe? Por que acredito que as pessoas possam nascer com uma pré disposição para ser uma coisa ou outra, mas a vida, a criação, e o caráter pode mudar qualquer genética. Um beijão

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  11. Oláa Gih. Eu solicitei esse livro simplesmente por se tratar de uma distopia e amei. A história conseguiu me entreter e eu adorei que o autor conseguiu colocar tudo de uma forma bem simples, mas admito que não fiquei pensando em toda essa questão de aborto, igreja e tal - assuntos presentes em nossa realidade. Levei tudo para o lado da ficção mesmo. Quando reler vou prestar mais atenção as intenções do autor. Adorei a resenha. ;)

    Blog | Paixonites Literárias Xx

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