domingo, 10 de julho de 2016

Os bons segredos - Sarah Dessen

E aí povo, tudo bem com vocês?

Aqui está tudo ótimo!

Não é segredo para ninguém que eu sou a louca dos livros juvenis. Então quando recebi o convite do Marcos, do blog Desbravador de Mundos para ler esse livro em uma ação da Editora Seguinte, eu nem pensei. E não foi preciso. Esse livro me encantou de inúmeras formas e eu só tenho a agradecer ao Marcos por ter lembrado de mim e a editora, por confiar na escolha dele e em mim.
Mas vamos parar de enrolar e vamos para a resenha?


Título: Os bons segredos
Autora: Sara Dessen
Editora:
Páginas:
SKOOB
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Sinopse:Há segredos muito bons para serem guardados — e livros muito bons para serem esquecidos. Sydney sempre viveu à sombra do irmão mais velho, o queridinho da família. Até que ele causa um acidente por dirigir bêbado, deixando um garoto paraplégico, e vai parar na prisão. Sem a referência do irmão, a garota muda de escola e passa a questionar seu papel dentro da família e no mundo. Então ela conhece os Chatham. Inserida no círculo caótico e acolhedor dessa família, Sydney pela primeira vez encontra pessoas que finalmente parecem enxergá-la de verdade. Com uma série de personagens inesquecíveis e descrições gastronômicas de dar água na boca, Os bons segredos conta a história de uma garota que tenta encontrar seu lugar no mundo e acaba descobrindo a amizade, o amor e uma nova família no caminho.




Minha opinião: Os bons segredos é um YA narrado em primeira pessoa pela Sidney. Ela é uma garota comum.Não muito bonita, não muito inteligente, nada demais. Ela nem chama a atenção. Mas talvez chamasse, se não tivesse que viver as sombras do irmão perfeito.
A maioria das pessoas poderiam se incomodar com isso. Mas não ela. Para ela, o irmão é um herói. E ela está feliz vivendo de forma praticamente invisível com suas duas melhores amigas.

Mas o que seria da literatura YA se uma desgraça não acontecesse não é mesmo?
Peyton começa a mudar.
No começo são pequenos delitos. Coisas bobas. Pequenos furtos, arrombamentos de casa... Mas as coisas ficam graves mesmo, quando ele bebe todas e ao voltar para casa, atropela um menino de bicicleta.
O menino quase morre e Peyton vai preso.

E agora, a nossa querida Sidney não é mais invisível.
Agora todos a veem.Todos a veem como a irmã do encrenqueiro. A menina que todos precisam ficar de olho para que ela não faça o mesmo.
Com toda essa pressão, a menina resolve mudar de escola e começar tudo de novo.
E é nesse novo começo, que ela se descobre, descobre sua família, amigos e um amor.

Sarah criou uma história tão real, sem mirabolâncias, que é fácil se identificar com a realidade de Sidney.  É bem verdade que ela não é uma grande personagem. Outros brilham muito mais que ela. Mas eu não vejo isso como um problema. Pelo contrário. Achei essa sacada genial. Recentemente li um livro onde a protagonista apenas via as coisas acontecendo sem poder fazer nada.
E eu acho isso fantástico. A protagonista não precisa ser a heroína da vez. Ela pode ser só ela. Ainda que praticamente invisível. Mas ela sente. Ela sente tudo. Ela sente culpa pelo acidente que o irmão causou, se culpa pela depressão que acometeu sua mãe, se culpa pelo menino que ficou em uma cadeira de rodas. Ela se culpa. E nós, nos culpamos junto. 


Os bons segredos toca em muitos assuntos delicados. Abuso sexual, relacionamento de pais e filhos, doenças degenerativas,...  Vi algumas resenhas de pessoas comentando que a autora tocou em muitos pontos e não resolveu nenhum. Que bom que ela não resolveu. Há coisas que você não consegue resolver em 400 páginas. Acho muita prepotência e falta de informação, autores que escrevem sobre determinados problemas e os resolvem no decorrer das páginas.
Resolvem de uma maneira preguiçosa e tola. Há problemas sem solução. Há problemas com muitas soluções. Acho que a autora foi muito feliz em levantar tantos pontos, mas não resolver todos.
O que ela faz é melhor. Ela dá uma esperança. E acho que o papel é esse. Levantar problemas, questionar. Se as coisas fossem fáceis de resolver, o mundo não estaria do jeito que está.

Outro ponto bem positivo é que a história não gira em torno do romance. Ele existe, é claro que existe. Mas ele acontece de forma leve, natural e não é o foco. O foco está nas relações familiares, nas relações com os amigos.

Confesso que sofri bastante com a história. Sidney é uma garota um tanto pacata, que acha que as coisas estão erradas, mas não tenta de verdade mudar. Meu lado adolescente rebelde ficou com vontade de dar uns sacolejos nela.
Mas eu a entendo. Ela foi invisível por tanto tempo, que quando começou a aparecer, não sabia como agir.

O grande destaque do livro é a Layla -nova amiga de Sidney- e sua família. O tipo de família do qual você aparentemente gostaria de pertencer. Mas até mesmo essa questão Dessen questiona, ainda que de forma muito sutil.

E claro, não posso esquecer de mencionar a narrativa da autora. Ainda que o livro não contenha grandes reviravoltas, Sarah sabe prender um leitor.

Sei quanto o gênero é desprezado por mutos leitores. Visto como uma literatura inferior e de pouco valor. Mas livros juvenis podem sim ter muito a acrescentar. Basta você analisar a obra, sem preconceitos. Se abrir para ela. Muitos falam que esses livros não mudarão a nossa vida, que são leituras banais, bobas, apenas para passar o tempo. Eu discordo. Um livro "bobo" pode sim mudar a vida de alguém. Pucos livros que li até hoje me mudaram de fato. Machado de Assis, José de Alencar, Emily Bronte, José Saramago, Franz Kafka... nenhum desses mudou minha vida. Mas foram livros que eu li lá no começo da minha adolescência que me mudaram. E alguns, eu confesso, continuam a mudar até hoje.

E vou me despedindo que a resenha ficou enorme e muito filosófica hahahha. 

Se você já leu esse livo me conta o que achou e se ainda não leu, me conte o que achou da resenha.

E não se esqueça de compartilhar com os amigos. Isso me ajuda muito!



Um beijão e até a próxima!

      

8 comentários:

  1. Oi, Gi!
    "Mas o que seria da literatura YA se uma desgraça não acontecesse não é mesmo?" Realmente o que seria né? hahahhahahha
    Eu vi algumas resenhas bem negativas sobre esse livro que me fizeram desistir da história. Mas então eu vi alguns pontos na sua resenha que as outras não comentaram e a vontade de ler ressurgiu #yay
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe da promoção de aniversário do blog Crônica sem Eira

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  2. Oi, Gihhh

    Olha, assim como a Lu, também li muitas resenhas negativas. Inclusive tenho um amigo que detesta esse livro com todas as forças da alma dele (palavras dele hahaha). A sua resenha ficou ótima, bem filosófica mesmo! Hahahaha
    Mas mesmo com todas esses temas fortes, uns melhor trabalhados que outros, não sinto vontade de ler esse livro.
    Mas no futuro posso ler, vai que eu ganhe ele algum dia! Haahhhahaha

    Beijooooo
    - Tami
    http://www.meuepilogo.com

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  3. Gih, eu gostei bastante da sua resenha!
    Acho que n cheguei a ler muita coisa sobre esse livro, nem nunca li nada dessa autora.
    Eu gostei do que vc falou sobre como ela aborda, e de serem vários assuntos e nem todos terem solução pq a vida é realmente assim. Eu leria!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  4. Oi Gislaine!
    Também recebi o convite para essa ação da Editora Seguinte. Adorei a escrita da autora e a forma como aborda um tema delicado sobre os jovens com suas inseguranças, medos e problemas familiares em uma fase de suas vidas que é cheia de desafios e sonhos. e gostei muito da autora e da leitura.
    Linda sua resenha e fotos.
    Beijos

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  5. O que seria um YA sem uma desgraça hahahahahaha eu ri Gi! Não li o livro ainda, mas ando fugindo de desgraças, agora essa bonequinha é linda demais, amei!!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  6. Nunca li esse livro, mas a forma incrível como você o retratou em sua resenha me deixou com muita vontade de lê-lo. Concordo com sua reflexão final sobre esse preconceito literário: não entendo, realmente, porque as pessoas se prendem tão firmemente aos clássicos e esquecem que muitas vezes é aquela leitura banal do dia a dia que acaba formando um leitor. Tenho certeza que se todas as crianças começassem a ler lendo Machado de Assis, não teríamos tantos leitores como temos hoje graças a J.K. Rowling. É só questão de ponto de vista e muitos leitores não pensam nisso! Beijinhos, Beatriz.

    www.odiariodeumaescritorainiciante.blogspot.com.br

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  7. Olá, Gih.
    O livro não entrou nos meu favoritos, mas me agradou demais. Então eu sabia que você iria adorar, já que você gosta mais do gênero do que eu.
    A autora ganha pontos realmente por fazer uma trama mais real, mais plausíveis, sem fazer aquele alerde todo e drama sem fim que alguns livros do gênero fazem. Sarah sabe como encantar e faz isso muito bem.
    Fico muito feliz que você tenha amado a leitura.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de julho. Serão quatro livros e dois vencedores!

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  8. Olá Gih!
    Adorei a resenha! =D
    Nunca tinha ouvido falar do livro, mas me interessei por ele. Tantos assuntos importantes e que tem que ser falados. Quero conhecer a Sidney e os outros personagens.
    Beijos!

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